COMUNICADO Nota de Pesar: Julia Zomer Continue Lendo
28/07/2020
Prioridades são discutidas por meio de grupo de WhatsApp para arrecadar recursos entre os colegas de trabalho. Obrigação que é do Governo do Estado
Há tempos que a diretoria do Sindicato dos Escrivães de Polícia Judiciária Civil – Sindepojuc demonstra preocupação com a situação precária das delegacias de Mato Grosso, que não oferecem condições mínimas de trabalho. Recentemente, para driblar o problema e garantir o funcionamento, policiais da Central de Flagrantes de Cuiabá criaram um grupo de WhatsApp, entre os colegas, para arrecadar dinheiro e melhorar a estrutura do ambiente de trabalho.
O Sindepojuc constatou que a iniciativa surgiu de um dos policiais que se diz cansado de esperar pela ação do Estado para resolver coisas simples, como a aquisição de uma fechadura, por exemplo. A falta de estrutura mínima vai desde copos para tomar água até computadores, cadeiras e internet de qualidade, conforme se observa nas conversas registradas no grupo de aplicativo.
A polêmica não agrada a todos, já que é dever do Estado investir em Segurança Pública. Tanto que um policial participante do grupo parabenizou a iniciativa dos demais, mas preferiu sair do grupo por não concordar em gastar dinheiro do próprio bolso para que a delegacia tenha a estrutura necessária de trabalho.
Contudo, o grupo tem outros participantes que clama a compreensão justificando a necessidade do grupo, além de pedir para que os demais não desistam, conforme conversa abaixo:
A internet lenta é um dos graves problemas apontado pelos policiais, que inclusive, contribui à demora no atendimento.
Outra reclamação antiga no prédio da Central de Flagrantes são os banheiros, que mesmo após uma recente reforma, não teve os problemas sanados.
E também os problemas com computadores antigos ou necessitando de manutenção. Problema que aflige as delegacias de Mato Grosso e que já foi pauta de várias reuniões do Sindepojuc e a diretoria da PJC, mas sem êxito.
Seguindo as conversas, outro assunto bastante antigo e que o governo não tomou providências, como destaca outro policial é a comida de má qualidade fornecida durante os plantões.
O presidente do Sindepojuc, escrivão Davi Nogueira, esclarece que são problemas conhecidos por todos da corporação. E que o sindicato tem envidado esforços para sensibilizar a diretoria da PJC e governo para saná-los.
“Esse é um problema antigo já apontado pelos sindicatos. A comida, principalmente o jantar é servido em bandejão e chega sempre no meio da tarde. Ocorre que quando os policiais vão comer, a comida está fria e, muitas vezes, a gordura da carne ensebada sendo impossível o consumo”, relata o presidente Davi, ao acrescentar que a refeição fornecida acaba sendo descartada no lixo, ou servindo de alimento para animais das redondezas das delegacias.
Reforça que diante à grande demanda, nem sempre o policial consegue se alimentar na hora adequada. “Não é raro o policial civil conseguir um tempo para se alimentar por volta da meia noite porque não dá pra parar de lavrar um flagrante e jantar na hora certa”.
De acordo com Davi, os sindicatos das categorias que compõem da PJC - dos Escrivães - Sindepojuc, dos Investigadores - Sinpol e dos delegados – Sindepo, já apresentaram à diretoria da PJC um projeto chamado Etapa Alimentação, bem como para os secretários de Segurança Pública que ocuparam o cargo nos últimos anos. Objetivo é resolver o problema do desperdício do dinheiro público com a contratação da empresa que fornece a alimentação para as centrais de Flagrante de Cuiabá e de Várzea Grande. Também visa solucionar a falta de alimentação para os plantonistas das delegacias no interior do Estado. “Vale lembrar que o fornecimento da refeição é obrigação do estado, porém, até hoje não houve o cumprimento da lei”, refutou o presidente.