COMUNICADO Nota de Pesar: Julia Zomer Continue Lendo
17/03/2021
Desmonte dos direitos trabalhistas também fez parte do movimento que ocorreu simultaneamente em todo o país. Cinco investigadores e um escrivão, todos da ativa, foram vítimas da doença em Mato Grosso
A tarde desta quarta-feira (17), foi marcada pelo protesto de policiais civis, militares e do Sistema Socioeducativo. Em carreata protestaram contra a demora pela vacinação dos agentes que atuam na linha de frente de combate à pandemia. Os mais de 150 veículos, que circularam da Arena Pantanal até o Centro Político Administrativo de Cuiabá, traziam cartazes com fotos dos policiais da ativa que morreram vítimas da Covid-19.
Objetivo foi sensibilizar o governo para acelerar a vacinação dos policiais. Até o momento, Mato Grosso contabiliza cinco investigadores e um escrivão que faleceram em decorrência de complicações da Covid-19. Mas, na lista do governo à vacinação para agentes que compõem as Forças de Segurança será após a vacinação dos presos.
O movimento é uma ação nacional encabeçada pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis - Cobrapol, que ocorreu de maneira simultânea em todos os estados, em defesa da essencialidade da polícia. Pois, além de celeridade na vacinação, os policiais protestam contra o desmonte da Segurança Pública provocado pela Reforma Administrativa, que dentre outras diretrizes, determina o congelamento de salários pelos próximos 15 anos, bem como veta a realização de concurso público.
Em Mato Grosso, o protesto foi organizado pelo Sindicato dos Escrivães de Polícia de Mato Grosso – Sindepojuc, presidido por Davi Nogueira, em parceria com o Sindicato dos Investigadores, presidido por Gláucio de Abreu Castañon. E contou, ainda, com a parceria do Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo - Sindpss-MT, presidido pelo agente Paulo Cesar, da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Oficiais Administrativos e Especialistas da Polícia Militar e Bombeiro Militar Ativos e Inativos de Mato Grosso - Assoade, presidida pelo 2º Tenente Luciano Esteves e do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de Mato Grosso, presidido pelo policial rodoviário federal Paulo Vinícius Barros de Assis.
Davi Nogueira disse que o movimento superou as expectativas pela participação das categorias que se sentem prejudicadas com a falta de atenção do governo. “Foi um movimento importante porque passamos nosso recado das duas pautas, a celeridade da vacinação e o desmonte da Segurança Pública. Uma forma de chamar a atenção para o que está acontecendo e precisa ser resolvido o mais rápido possível. Não podemos cruzar os braços e deixar que mais policiais sejam vítimas da Covid-19. É preciso reconhecer que o nosso trabalho é de alto risco, um deles é o combate às aglomerações. Precisamos ter a garantia da imunização o mais rápido possível. A exemplo desses cartazes que estampam as fotos dos colegas policiais que estavam trabalhando, pegaram Covid e morreram”, questionou Davi.
Os cartazes foram expostos na entrada da Secretaria Estadual de Segurança Pública - SESP, no Centro Político Administrativo. No interior, os policiais cruzaram os braços por uma hora em frente das delegacias.
No dia 4 de março, as três categorias que compõem a PJCMT (Escrivães, Investigadores e Delegados), protocolaram um ofício à Diretoria Geral da PJC solicitando a prioridade na vacinação.