COMUNICADO Nota de Pesar: Julia Zomer Continue Lendo
17/11/2017
Além da falta de estrutura física, servidores ainda enfrentam efetivo insuficiente para atender a demanda de Cuiabá
Uma bomba relógio prestes a explodir. Assim funciona o CISC Planalto, de Cuiabá. Unidade criada para atender todas as ocorrências policiais da Capital, se tornou um local insalubre, sem estrutura física adequada para atender a grande demanda. A situação se agrava, ainda mais, pela falta de efetivo suficiente para manter os plantões. Atualmente, quatro escrivães se revezam diuturnamente.
A constatação do ambiente deplorável foi feita pela diretoria do Sindicato dos Escrivães de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso – Sindepojuc na manhã desta sexta-feira (17.11), que visitou o local para cobrar providências da Diretoria da Polícia Judiciária Civil. Esta foi a segunda visita feita neste ano por Davi Nogueira (presidente do Sindepojuc) e pelos diretores Osiel Araújo e Janaína Brito.
“Os problemas se agravaram desde a última vez que estivemos no Cisc Planalto. Agora, o efetivo reduziu mais, apenas três escrivães são escalados por plantão para atender as ocorrências na Capital, com praticamente 800 mil habitantes. É humanamente impossível, É desumano o que está sendo feito com colegas escrivães dessa unidade. Não dão conta do serviço e falta a compreensão dos delegados, que continuam pressionando para que atendam como se a equipe estivesse completa. Então, o sindicato espera que haja sensibilidade por parte da diretoria da PJC para resolver, no mínimo, a questão de flagrante”, questionou Davi Nogueira.
Outro problema se refere à estrutura do prédio, conforme os diretores há muito tempo vem sendo prometida a reforma, mas nada mudou. “Na verdade até piorou. São banheiros que não têm sifão nas pias, entupidos, muitas vezes sem de água, mau cheiro, inclusive, na cozinha que continua sem reparos necessários e com esgoto escorrendo pelo chão. O pouco que foi feito ocorreu com recursos próprios dos servidores, inclusive, o conserto da grade da cela e a pintura das paredes e portas. Um caos total!”, afirmou o presidente Davi, ao acrescentar que o esforço de cada um custa até mesmo à compra de materiais imprescindíveis como luvas, máscaras, álcool em gel, bom ar, grampeador, dentre outros materiais.
“Lidamos com pessoas de todos os tipos, inclusive, portadores de doenças contagiosas como Tuberculose e AIDS. Então, acabamos comprando com nosso salário os EPI´s para resguardar a nossa saúde. E o pior é que não recebemos adicional de insalubridade e nem de periculosidade. Estamos sufocados e estressados”, lamenta um dos escrivães que prefere não se identificar.
“Teríamos que ter acompanhamento psicológico, mas não temos nenhuma atenção. Então, esperamos que o sindicato nos ajude a melhorar as nossas condições de trabalho”, pediu outra plantonista. Outro escrivão questionou a falta de investimentos em capacitação. Segundo ele, que também não quer ser identificado, nos 17 anos de carreira na PJC fez apenas 10 dias de curso de tiro.
Em detrimento a sobrecarga de trabalho, dificilmente, os escrivães conseguem almoçar no horário previsto. Contam que é comum conseguir um tempinho somente por volta das 16 horas. “Vejam o nosso sofrimento. A marmita chega aproximadamente ao meio dia e já não é tão boa quentinha, imaginem no final da tarde como está essa comida? Impossível de comer, vai mesmo parar no lixo”, reclamou o escrivão.
Davi assegura que a diretoria da PJC é ciente do que está acontecendo. E, que de certa forma, é sensível em tentar resolver, mas, argumenta que a solução está nas mãos do governo que não se manifestou para resolver definitivamente esse problema. “Já conversamos demais, não adianta mais fazer audiências para resolver o problema, pelo menos com esse governo”, afirmou.
Outro lado – De acordo com o diretor de Execuções Estratégicas, Mário Dermeval Aravechia de Resende, as ações que dependiam da PJC para a reforma do prédio do CISC Planalto foram feitas. Segundo ele, há três anos o processo teve início e há cinco meses foi entregue à Secretaria de Segurança Pública – SESP.
“Agora, o projeto aguarda o trabalho de engenharia da Secretaria de Segurança Pública para ser licitado”, explicou, ao concluir que nesse período uma série de melhorias foi executada para amenizar a situação dessa sede. “Mas, a demanda é muito grande e a estrutura se deteriora muito rápido. Estamos enxugando gelo. No entanto, a parte da Civil que precisava para a reforma já foi feita!”.
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