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Davi Nogueira conclui 2º mandato e faz um balanço de sua gestão no Sindepojuc

01/05/2021

Sua administração servirá de referencia para as próximas gestões

Trabalho transparente e que resgatou a credibilidade do Sindicato dos Escrivães de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso – Sindepojuc. Assim, atuou o presidente do sindicato nos últimos cinco anos, o escrivão Davi Nogueira. Ele deixa o comando com a sensação do dever cumprido. E não é pra menos, desde que assumiu o Sindepojuc em fevereiro de   2016, uma série de avanços foi conquistado em favor dos escrivães de polícia, que em breve, terão uma sede totalmente moderna e confortável para usufruir, deste sindicato que é nacionalmente reconhecido com a Carta Sindical, outro grande legado. Nesta entrevista, Davi Nogueira relata como foi a sua experiência ao enfrentar os desafios para fortalecer o sindicato. Confira:

Quais os primeiros desafios que enfrentou ao assumir a direção do sindicato?

Quando assumimos o sindicato haviam diversos desafios administrativos a enfrentar. Precisávamos profissionalizar a administração, separar a vida pessoal e necessidades do presidente com a função que exercia. Dessa forma, formamos uma equipe de funcionários sem nenhum vínculo de parentesco com qualquer um dos diretores e instruímos aos mesmos que o foco seria atender aos filiados sempre com gentileza, educação e presteza.

Os equipamentos e veículos do sindicato passaram a ser utilizados somente para o desempenho das funções laborais e não para uso pessoal de qualquer um dos diretores. O “sindmóvel”, por exemplo, só é utilizado em serviço, ou seja, à noite e nos finais de semana o mesmo permanece nas dependências do sindicato.

Em relação a classe, teve alguma dificuldade para se adequar a sua forma de administrar?

Aos poucos os escrivães filiados foram percebendo a seriedade de nossa administração e alguns maus costumes puderam ser cortados. Muitos escrivães, ainda hoje, confundem a função do sindicato com entidade assistencialista e, até mesmo, como um órgão arrecadador de verbas para fazer festas.

No início, tínhamos filiados que estavam acostumados a se hospedar no hotel de trânsito com todos os seus familiares e queriam que o sindicato custeasse, inclusive, a alimentação.

Houve uma situação em que um escrivão veio de férias para a Capital, ficou uns dias hospedado no hotel de trânsito e perguntou se tínhamos um motorista para levá-lo junto com sua companheira para conhecerem os pontos turísticos da cidade.

Precisamos de muito tato para lidar com situações como essa, pois para nós aquilo era algo absurdo, porém, para eles era normal e acreditavam que aquela era a função do sindicato. Ouvimos várias vezes que estavam pagando a mensalidade para terem esses benefícios.

Qual o principal desafio da classe que você enfrentou?

O maior desafio foi elevar a autoestima dos escrivães. Quando iniciamos a reclamação era geral. Poucos tinham orgulho da função que exerciam e se sentiam abandonados pela Polícia Civil e menosprezados pelas demais classes. Para reverter isso, contratamos uma agência de publicidade e fizemos durante um ano uma campanha para elevar a autoestima, demonstrando a importância de nossa função para a Polícia Civil e para a sociedade e apontamos motivos para que tivessem orgulho da profissão que escolheram.

Outra questão importante foi a contratação de um escritório jurídico que atuou com firmeza e competência em todas as causas que envolveu filiados e nossa classe. Os escrivães que precisaram dos serviços dos mesmos acabavam elogiando suas atuações para os demais colegas e aos poucos esse segmento de atuação do nosso sindicato acabou se tornando um dos principais atrativos para novas filiações.

Teve também a conquista da carta sindical. Qual a importância desse documento?

Mato Grosso é um dos poucos estados em que os escrivães tem um sindicato próprio, pois a grande maioria há apenas um único sindicato que representa as classes dos escrivães e investigadores. Em conversas com líderes de outros Estados, os mesmos sempre nos diziam que não se sentiam representados pelo sindicato unificado, pois, por serem um número menor, a vontade da classe dos investigadores prevalecia. Esses líderes sindicais de outros estados, normalmente representam a classe através de associações, porém, em qualquer negociação com o governo, sempre o sindicato unificado acaba tomando as decisões pelas duas classes.

A Carta Sindical cravou a independência e legitimidade do Sindepojuc/MT em representar os escrivães. Hoje, nenhum outro sindicato pode negociar nada em nosso nome. Acabamos também com a insegurança jurídica, pois, antes, sem o documento, nos embates jurídicos o governo alegava que não tínhamos legitimidade para representar a classe. Portanto, a Carta Sindical foi a maior ou pelo menos uma das maiores conquistas de nossa classe nos últimos anos.

 Em relação às causas sindicais, como foram as lutas no período de sua gestão?

Enfrentamos o pior período para ser um líder sindical. O servidor público está sendo atacado por todos os lados, lutamos muito para manter os benefícios conquistados a duras penas durante décadas e, que de uma hora para outra, passou a ser divulgado aos quatro ventos como regalias. Foram cinco anos de luta para garantir o que já temos e evitar perdas, pelo menos, amenizá-las quando inevitável.

A principal luta foi a Reforma da Previdência. Foram mais de três anos de tensão, muitas reuniões e negociações. Participamos de diversos encontros em Brasília com líderes sindicais em peregrinação nos gabinetes dos deputados e senadores para convencê-los da necessidade de um tratamento diferenciado à Segurança Pública na Reforma da Previdência.

Na esfera federal conseguimos depois de muita luta, garantir na Constituição o direito de termos uma Previdência diferenciada dos demais servidores. Essa garantia facilitou o trabalho quando precisamos, junto com outros líderes sindicais da Segurança Pública, articular com os deputados estaduais.

Essa é uma conquista que se perpetuará por muitos anos e temos orgulho de ter participado da mesma.

Outro grande legado que a sua gestão deixará marcado é a construção da nova sede. Como se deu a consolidação de um empreendimento tão importante como esse?

A sede atual de nosso sindicato não condiz com a importância da nossa classe, precisamos de algo imponente e que a estrutura possa comportar a necessidade dos escrivães.

Por isso, durante cinco anos, mesmo após termos conseguido reduzir o valor da mensalidade,  economizamos cada centavo para poder realizar esse sonho. Compramos um terreno, contratamos um escritório de arquitetura e elaboramos o projeto. Tivemos enorme dificuldade para que a obra fosse autorizada pela Prefeitura de Cuiabá, devido a burocracia exigida, mas superamos cada dificuldade e, então, finalmente pudemos começar a obra, que está em fase bastante adiantada.

Ela não será finalizada agora, mas o pontapé inicial foi dado e de daqui em diante, independente de quem estiver na presidência do sindicato, terá a obrigação de terminá-la. É uma conquista de todos!

O senhor poderia disputar a reeleição, porque não quis?

Não tenho apego a cargo, sempre fui favorável a renovação. Nossas necessidades são tantas que, às vezes, você insiste muito e cansa de receber nãos e acaba desistindo, porém, talvez precisava insistir só mais uma vez. Por isso, a importância de alguém motivado para continuar tentando, insistindo. Talvez a conquista esteja logo adiante.

Eu já dei minha contribuição, fiz a minha parte. Nossa classe tem muitas pessoas competentes que podem assumir a direção do sindicato, acho importante essas pessoas se motivarem para assumir essa responsabilidade. Sugiro que para adquirir experiência comecem a se envolver nas questões do sindicato e ajudem quem está na gestão atual. Não adianta só ficar nos grupos de WhatsApp criticando. Pessoas que agem assim perdem a credibilidade.

O verdadeiro líder não fica falando que vai fazer algo, vai lá e faz. Não adianta ser um leão de WhatsApp, tem que mostrar para os demais com ações e não com palavras que é competente para a assumir a função. O reconhecimento virá automaticamente.

Sua mensagem à nova Diretoria-Executiva?

Desejo toda sorte do mundo e paciência à nova diretoria do Sindepojuc, em especial, ao meu amigo Juliano Peterson, pois, o desafio que enfrentará é monstruoso. Mas, sei que está preparado para driblar as dificuldades e obter novas conquistas à categoria